Princípios de SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único): A SPECT utiliza radiofármacos que emitem radiação gama, como o tecnécio-99m (99mTc), para obter informações tridimensionais sobre a distribuição de marcadores específicos no corpo. O processo começa com a administração de um radiofármaco ao paciente, que é absorvido e distribuído de acordo com a fisiologia dos tecidos-alvo.
Após a injeção, a câmera gama rotaciona ao redor do paciente, adquirindo uma série de projeções de imagens em diferentes ângulos. Essas projeções são processadas por algoritmos matemáticos que reconstróem uma imagem tridimensional da distribuição do radiofármaco no corpo do paciente.
Princípios de PET (tomografia por emissão de pósitrons): A PET utiliza radiofármacos que emitem pósitrons, como o flúor-18 (18F), associados a moléculas biologicamente ativas, como glicose (18F-FDG). Os pósitrons emitidos pelos radiofármacos interagem com elétrons do tecido, gerando dois fótons gama opostos que são detectados pela câmera PET.
A câmera PET registra a coincidência temporal dos fótons gama e, a partir desses dados, são obtidas informações sobre a atividade metabólica e a função celular nos tecidos estudados.
Técnicas de Aquisição e Processamento de Imagens: Em ambas as técnicas, a aquisição de imagens pode ser realizada em modo estático, dinâmico ou tomográfico. No modo estático, são obtidas imagens em um determinado momento após a administração do radiofármaco. No modo dinâmico, são adquiridas imagens sequenciais ao longo do tempo, permitindo estudar a cinética do radiofármaco.
A tomografia, tanto no SPECT quanto no PET, permite obter informações em cortes transversais do corpo, proporcionando imagens detalhadas da distribuição do radiofármaco em diferentes estruturas anatômicas. Essas imagens são posteriormente processadas por software especializado para melhorar a resolução e a qualidade, facilitando a interpretação dos dados.
Correlação de Imagens com Dados Clínicos: As imagens moleculares fornecidas pelo SPECT e PET são fundamentais para auxiliar no diagnóstico e na avaliação de diversas doenças. A correlação das imagens com dados clínicos é crucial para interpretar adequadamente os resultados e tomar decisões terapêuticas adequadas.
Os padrões de captação do radiofármaco podem indicar atividade metabólica anormal, como tumores, áreas de inflamação ou alterações neurodegenerativas. Essas informações ajudam os médicos a identificar doenças precocemente, a determinar a extensão das lesões e a acompanhar a resposta ao tratamento.
Além disso, a combinação de técnicas de imagem molecular com outras modalidades de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, permite uma abordagem multimodal, fornecendo informações mais completas e precisas para um diagnóstico mais eficaz.
Em resumo, a Imagem Molecular em Medicina Nuclear, com as técnicas SPECT e PET, revolucionou o diagnóstico e o tratamento de uma ampla gama de doenças. A utilização de radiofármacos específicos e a interpretação das imagens correlacionadas com dados clínicos fornecem uma visão profunda da fisiologia e da patologia do corpo humano, auxiliando os profissionais de saúde a tomar decisões mais precisas e personalizadas para cada paciente.